quarta-feira, 11 de março de 2009

"Deus livre o país de juízes como Gilmar"


É isso aí, falou, levou. A frase acima foi dita pelo presidente da Comissão Pastoral da Terra - CPT, Dom Xavier Gilles de Maupeou na semana passada, por ocasião do pedido do presidente do STF, para agilizar os julgamentos de conflitos agrários. A nota divulgada pelo bispo destaca o fato de ser o ministro Gilmar Mendes um latifundiário e contra o MST.

Afinal, quando se dará de fato a reforma agrária? Repasses de verbas para ONGs que financiam guerrilha é uma vergonha. O governo deve tomar a frente disso com determinação. Ninguém quer "revolução agrária", com mortes de ambos os lados, depredação de prédios públicos e de propriedades privadas, mas também, ninguém quer que o trabalhador rural seja um pária sem destino, sem terra, sem esperança. Dar dinheiro para ONGs e não acompanhar os resultados é grave. Falta responsabilidade e falta um projeto maior para o campo.

O MST é um movimento legítimo e necessário dentro daquilo a que se propõe, rumando nos trilhos da legalidade. Quando busca obter seus direitos de estar assentado em terras doadas pelo governo ou terras improdutivas que foram desapropriadas é justo. Buscar apoio e associação com cooperativas integradas, que privilegiam a compra de seus produtos agrários. De receber incentivos e financiamentos para compra de equipamentos, como já é feito através do Banco do Brasil. São os objetivos maiores do MST.

O campo pode conviver com terras socializadas e terras privadas. Somos um país de vasta geografia e de cultura, capaz de um convívio pacífico inclusive nos temas de contradição histórica. Minifúndios agregados e latifúndios não são antagônicos.

Os assentamentos ocorrem com regularidade, mas não tem velocidade e parecem ser deficientes, porque as legiões do MST, dirigidas por líderes que apostam no quebra-quebra, vão surgindo e pipocando em todas as regiões do país, desde o Pontal do Paranapanema ao nordeste e seguindo pelo serrado até o Pará e Mato Grosso. Isso tem que ser resolvido e rápido. Onde emperra? É no judiciário? Nas decisões dos tribunais? Ou nas burocracias do executivo? Alguém tem que estudar isso e buscar as soluções. O que não pode mais, é assistirmos invasões, confronto entre camponeses e milícias armadas dos fazendeiros de um lado e a passividade do governo e em especial o sistema judiciário brasileiro, que é uma máquina impiedosa, fria e atrasada, que judia dos brasileirinhos dos nossos confins e solta os barões capitalistas com seus habeas corpus.

A justiça deve ser acelerada para a boa causa social, visando a justiça do campo, não apenas para dar a reintegração de posse, para terras que foram roubadas do patrimônio nacional algum dia do passado, por aproveitadores e espertos.

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