sexta-feira, 31 de julho de 2009

fio condutor

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sou uma extremidade,
a outra, uma ponta perdida.
entre nós, um fio,
talvez um pêlo comprido e detido.

era uma ponta,
a outra, uma extremidade longínqua,
entre nós, uma ligação uterina,
talvez um apelo retinido e contido.

sou um fio,
talvez uma linha comprida, pouco finita.
Numa ponta, a vida,
na outra, uma conformidade esquecida.

era um pêlo,
um emaranhado novelo,
expandido no quarto cúbico
e sem fala e sem grito e...abúlico.

4 comentários:

Savio Gomes música&poesia disse...

Camarada Robertson:
Um achado este seu poema! Interessante o elo, o "reconhecer" destas extremidades que se complementam ao mesmo tempo que se perdem nos extremos, tal e qual esta ambigüidade dos encontros e desencontros das relações. Mas, em "sou um fio, talvez uma linha comprida...numa ponta a vida, na outra, uma conformidade esquecida", é muito forte, e é o âmago do poema! Uma belíssima frase poética, que qualquer poeta gostaria de haver achado, neste grande mistério do escrever!
Fiquei emocionado, e só por esta frase, eis aí um poema para jamais ser esquecido! Meus parabéns!!!

Unknown disse...

Não sabia que vc tb tinha esse lado poético....
São lindos!
De vez em quando venho aqui visitar...Confesso que fico quietinha...Mas hoje resolvi deixar registrado....
Parabéns!
Beijo grande....
Ines

Unknown disse...

Não sabia que vc tb tinha esse lado poético....
São lindos!
De vez em quando venho aqui visitar...Confesso que fico quietinha...Mas hoje resolvi deixar registrado....
Parabéns!
Beijo grande....
Ines

Beto Rébula disse...

Obrigado caríssimos, pelas visitas e comentários tão estimulantes, abs