quarta-feira, 13 de maio de 2009

Adoradores de Imagens (final)

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crédulos adoradores de imagens de tintas
de gesso de barro de cores de gente
de olhos de rostos de bocas famintas
de fumo de bundas de morte de sangue
de todas as hordas de imagens do mangue
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imagens humanas de olhos vorazes
refletem nos longos espelhos da vida
cegueiras que cumprem destinos mordazes
repetem a idéia perversa da sina
de olhares sedosos de rapina
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crédulos adoradores das sombras
de cifras Narciso dos mentalistas
sugam cinzeiros com suas trombas
ávidos contumazes reducionistas
não quebram seus espelhos hedonistas
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trinquem seus espelhos de morte agora
os espelhos servem o contemplar
de todos os tempos fora da hora
não resistam ao fulgor exemplar
da vida para além do elementar

......................................ORGÂNICO

2 comentários:

Lourdes disse...

Sem dúvida alguma é seu melhor poema, até agora ...

Tania Montandon disse...

Sublime, amigo! Parabéns! Introjetou a alma dessa cultura imagética narcisista do tempo fora de hora hedonista perversos perdidos ante o deus do capital, e vc apresentou a mais bela imagem ilusoriamente parecendo poesia do que os reflexos de luzes adicionados de efeitos ópticos e instigadores do se fazer pensar no ambito do q se conhece como linguagem mais seu certeiro toque na sensível ferida moderna social 'alfamente' agradável, embora informando o mais terrível conteúdo do q se aproxima duma possível verdade mundana
beijos